O céu escureceu repentinamente e
a cidade pareceu adormecer sob a luz pálida daquela tarde quente
de verão.
A criançada saiu da escola
correndo em algazarra e espalhou-se pela rua que circunda o velho prédio do
grupo escolar.
Para o lado das montanhas
longínquas enormes nuvens escuras anunciaram a chegada
da tempestade.
O padre, percebendo que o tempo em breve mudaria, saiu da igrejinha da
praça levando seu velho guarda-chuva preto desbotado.
O vento começou a fazer
redemoinhos de terra vermelha na estradinha que vai para a fazenda do Dr.
Alcebíades.
Etelvina, a criada do prefeito, dirigiu-se apressadamente para o
fundo do velho casarão da praça a fim de recolher a roupa que secava no varal. Com toda aquela agitação, as galinhas que ciscavam no quintal começaram a cacarejar em alvoroço.
O farmacêutico assustado saiu à
porta da farmácia para ver de onde viera o estrondo do primeiro trovão.
Depois disso, a chuva desabou com
força, encharcando o solo e deixando no ar aquele cheiro delicioso de terra
molhada.
As plantas, cansadas de tanto
calor, sorveram felizes o aguaceiro e perderam aos poucos aquele ar
exausto e abatido dos últimos dias.
A tempestade passou depressa e o
calor voltou com força redobrada. Só as poças de água no chão testemunhavam a
passagem do temporal pela cidadezinha que logo retomou aquela calma e tranquilidade de
sempre.
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